A opinião alheia e apoio


Parentes e amigos. Eles podem ajudar ou atrapalhar muito, principalmente em relação ao seu estado de espírito.

É comum amigos e parentes darem palpites e receitas "mágicas" no seu dia a dia com seu ente querido com alzheimer.

Muitos são contrários à hospedagem em casas de repouso sem sequer saber terem conehcido alguma. Outros acham que é simples cuidar de um idoso, se esquecendo que tem que dar banho, lembrar dos horários de remédios alimentação e tudo mais. Fica meio pesado para uma pessoa que não tem colaboradores.

Já escutei uma filha dizendo que tinha prazer em cuidar da mãe dela doente e que jamais a levaria para uma casa geriátrica. Achei muito estranho alguém ter prazer em cuidar da mãe doente, pois, não é prazeroso e sim, triste. O que temos que sentir é amor por nossos entes queridos e uma forma de amar é dar dignidade, higiene, atenção e tratamento adequado, que pode ser em casa ou não. O fato de um idos estar em casa não significa que é bem tratado.

A opinião dos outros não deveria importar, mas, por mais que estejamos firmes, nos causa alguma sensação. Muitos gostam de dar palpites e nem falaram com algum médico, afinal eles falam como se fossem médicos! Várias situações acontecem porque pessoas ouvem a realidade e simplesmente não acreditam mesmo vendo determinadas situações. Quando alguém opinar, não perca tempo, mande-a se informar com um médico ou com o médico que assiste o paciente. Ou melhor, peça para passar um dia inteiro acompanhando a rotina de um idoso que exige cuidados especiais.

Os que mais opinam contra são os que nada fazem ou fizeram por seus pais ou mães quando tiveram oportunidade. Talvez seja por esse peso na consciência que julgam tanto os outros!

Opinião não é atitude.

Diferente da opinião, o apoio é muito importante.

Em determinadas situações não precisamos de opiniões e, sim, de apoio. As pessoas mais chegadas têm que se manter ao lado e não julgar. O cansaço, as questões, a preocupação e a luta diária para manter os idosos com dignidade é grande, por isso, devem ser valorizados.

O apoio pode ser até mesmo em escutar. Quando se passa por uma situação de demência na família, muitos sentem a frustração de não poder fazer nada, de impotência, de falta de esperança e isso deve ser verbalizado. Alguém disposto a ouvir já ajuda a tirar o peso dos sentimentos tão difíceis que acometem.

Devemos ser claros também na ajuda que precisamos: se queremos ser ouvidos apenas, se queremos companhia, ajuda em alguma atividade ou dicas.

É muito bom ter alguém por perto. É muito bom poder ajudar também.

Só conhece uma situação quem passa ou já passou por ela. Só quem convive ou cuida de idoso com Alzheimer, sabe como é.

Se tiver que escutar alguém, que seja uma pessoa que tenha vivido um problema parecido, que tenha passado pelas mesmas dificuldades, dúvidas e dores ou que tenha empatia o suficiente para acolher seus sentimentos. A maioria dos "palpiteiros" nem sabem o que estão falando.