As gerações anteriores tiveram muito contato com os avós.
É uma troca de experiências, aprendizado e emoções, é conhecer o
novo através do velho, é saber que o novo pode ensinar ao velho, é troca, é
amor.
Se não houver netos ou avós, porque não conviver com quem poderia ser? Criança não tem filtro nem preconceito, se interessa por tudo, que chegar perto, quer sentir, quer conhecer. E idosos querem cuidar e dar carinho. Não precisa fazer muita coisa, é só deixar um/a vizinha/o com uma criança, que, geralmente, a amizade logo começa: é uma pergunta, um afago e, logo logo, a criança e o idoso já parecem velhos conhecidos! Para o idoso é reviver ou reciclar seu passado e para a criança é um aprendizado para valorizar os mais velhos, respeitá-los e compreendê-los e se tornar um adulto melhor.
Às vezes, idosas com demência quando seguram um boneco, mudam
totalmente sua expressão. Mesmo com a memória comprometida, alguma lembrança
guardada bem distante junto com um instinto de mãe ou avó, floresce! E abraça
firme, com carinho e segurança. É muito comum. E de onde vem isso? De uma
lembrança de amor! Não há porque criticar ou debochar, está fazendo bem a ela,
mesmo que ela não tenha consciência, está sendo remetida à uma sensação de
alegria, então, deixe! Não custa nada!
Crianças deveriam visitar mais seus parentes, deveriam visitar
casas geriátricas, mesmo que não conheçam alguém lá! Uma criança que chega em
qualquer lugar, ilumina muito, agora, imagina um grupo de criança entrarem para
visitar idosos? Os olhares curiosos delas e os braços se abrindo para
recebe-las é uma coisa muito emocionante. Serão perguntas e respostas, reações
espontâneas e muito carinho. Algumas podem ser tímidas, com alguns idosos podem
ser mais reservados, mas, sempre acaba dando certo.
Caso a criança não se sinta à vontade ou tenha alguma resistência
com determinada pessoa, respeite, não insista e dê espaço para ela expressar o
que está sentindo.
Nem todos têm a sorte de conviver com pessoas da família ou,
quando tem, não aproveitam como deveriam. Muitos podem achar que não é bem
assim, que nem netos nem avós estão dispostos a este tipo de convivência, mas,
se esquecem que foram deixando a distância aumentar quando ainda eram pais e o
modelo vai se repetindo. Infelizmente nem todos podem ter oportunidade, por
vários motivos, mas, mesmo que em período de tempo curto, pode ter uma
qualidade boa de carinho!
Vamos desejar uma infância mais feliz e uma velhice mais digna!