Após
o falecimento do meu pai, comecei a pensar em mudar minha mãe para outra casa.
Achei que, mesmo não sentindo diretamente a falta dele, ela mudou um pouco de
comportamento: ficou mais distante, observando menos as coisas, mais quieta.
Mesmo fazendo mais atividades, ela ficou assim. Claro que a doença evolui, isso
não para. Junto com isso houve algumas mudanças na casa achei por bem procurar
outro lugar. Da mesma maneira que antes, fiz o que meu coração mandou.
Já
tinha a experiência anterior, então ficou mais fácil ou menos difícil. No fim,
escolhi pela que me mostrava maior calor humano. Como disse antes, luxo e
beleza não querem dizer em casa geriátrica, tem que ter carinho, calor humano e
aquele “algo mais”. Escolhi uma casa onde uma amiga da minha mãe já estava e
que eu tinha visto antes, só que na época, não havia vagas.
A
saída foi quase tão difícil quanto a entrada: as idosas ficaram muito
emocionadas e eu também! E não era uma despedida, afinal, me comprometi em
sempre voltar lá e não seria diferente, pois, me apeguei a elas, gostava de
conversar, ouvi-las, saber como tinham passado. Para algumas eu era a única
visita que recebiam. Procurei confortá-las e disse que ia voltar para visitar a
casa.
Na
casa nova minha mãe se adaptou muito bem. Eu tinha muito medo de que fosse
estranhar e procurei manter a fonoaudióloga e pedi para que uma técnica que
trabalhava na casa anterior passar alguns dias com ela, assim, ela teria alguma
referência e não estranharia. Para minha surpresa, tudo correu bem, mas, nem
sempre é assim. Acho que a minha adaptação foi mais lenta! Rsrsrsr. Conversei
com as técnicas e o médico da casa, me inteirei de tudo e dei todas as
informações. A presença da técnica foi muito importante também, pois, ela
passou toda a parte dos cuidados que minha já recebia, suas manias,
preferências, etc. E assim foi.
Na
semana seguinte, fui visitar minhas amigas na casa antiga. Uma alegria só!
Fiquei muito feliz em estar com elas e sempre que puder vou voltar lá. Mesmo
com algumas idosas já em estado de demência avançado, o amor e carinho são
grandes. Carinho de verdade, que ainda não foi apagado.